Era um tanto ou quanto viciada, - muitíssimo viciada, mania mesmo!, confesso...- por "sapatilhas"adidas stan smith branquinhas e verdes.
A indolência do fim de tarde de domigo começa sempre por ser desfiada no banco de veludo púrpura à roda da mesa do canto, sob a luz ténue e apaziguante do "dois dedos". Entre vozes cruzadas, palavras partilhadas, olhares falantes e flagrantes, entre-dentes, sorrisos, carícias, presenças, ausências, intermitências, cafés, chás verdes, frizes, coca-colas, capuccinos, tostas-mistas, cheese-cakes, queques de fambroesa e noz, torradas aparadas, croissants, cigarros,... qualquer motivo serve para nos reunirmos. Encontramo-nos pelo simples prazer de estar, se estar, estarmos juntos, por nada e para nada, por tudo e para tudo... Para falarmos dos pequenos nadas, dos grandes tudo, das trivialidades, das futilidades, das novidades, do que se passa, e não ultrapassa, com muita cumplicidade e amizade partilhada, com disparates e parvoíces... então ontem... a minha parvoíce estava no auge. De forma abrupta, questionei sobre a extinsão das míticas sapatilhas stan smith, do mercado. Pergunta absolutamente oportuna e interessante... que por um breve-longo instante interrompeu o saboroso bulício que estava a ser vivido. O silêncio de cortar à faca caiu sobre a mesa... ameaçando quebrar os copos... se demorasse mais três segundos.
(Fiz pisca e virei o rumo da conversa, mas não sem antes deixar bem claro que as sapatilhas azuis e brancas de inspirição yah's tuninginiana bimbóclub que por aí populam e circulam são manhosas, à semelhança de qualquer outro objecto desprovido de originalidade... fico-me por aqui. Porque no "dois dedos", o desenrolar do tema foi desastroso. )
A indolência do fim de tarde de domigo começa sempre por ser desfiada no banco de veludo púrpura à roda da mesa do canto, sob a luz ténue e apaziguante do "dois dedos". Entre vozes cruzadas, palavras partilhadas, olhares falantes e flagrantes, entre-dentes, sorrisos, carícias, presenças, ausências, intermitências, cafés, chás verdes, frizes, coca-colas, capuccinos, tostas-mistas, cheese-cakes, queques de fambroesa e noz, torradas aparadas, croissants, cigarros,... qualquer motivo serve para nos reunirmos. Encontramo-nos pelo simples prazer de estar, se estar, estarmos juntos, por nada e para nada, por tudo e para tudo... Para falarmos dos pequenos nadas, dos grandes tudo, das trivialidades, das futilidades, das novidades, do que se passa, e não ultrapassa, com muita cumplicidade e amizade partilhada, com disparates e parvoíces... então ontem... a minha parvoíce estava no auge. De forma abrupta, questionei sobre a extinsão das míticas sapatilhas stan smith, do mercado. Pergunta absolutamente oportuna e interessante... que por um breve-longo instante interrompeu o saboroso bulício que estava a ser vivido. O silêncio de cortar à faca caiu sobre a mesa... ameaçando quebrar os copos... se demorasse mais três segundos.
(Fiz pisca e virei o rumo da conversa, mas não sem antes deixar bem claro que as sapatilhas azuis e brancas de inspirição yah's tuninginiana bimbóclub que por aí populam e circulam são manhosas, à semelhança de qualquer outro objecto desprovido de originalidade... fico-me por aqui. Porque no "dois dedos", o desenrolar do tema foi desastroso. )
Quando era mais nova, tinha sempre duas stans no armário: umas velhas - pseudo-gastas, meio-surrentas, (para dar aquele ar de menina cool armada-em-maria-rapaz, que sonhava vir a ser "a" futura tom sawyer lá do burgo), mas que no fundo se pelava, coitadinha, para que as stans em causa ficassem com aspecto ultra-trendy , ultra-desgastado, porque eram essas as regras que a moda do D. Dinis ditava. Ficavam de todas as cores menos branquinhas, como se queria. Eram riscadas, rabiscadas, assinadas por canetas da bic cristal, da molin... tinham mensagens e top secrets dos colegas de turma e amigos! Chegava a pedir ao Diogo o canivete suíço à la macgghiver (?!) para as rasgar e tudo! Uma feira de vaidades ardilosamente bem arquitectada, pinderiquice produzida, rasca e ambulante... mas gira, eu tinha uma certa graça... Tinha as outras, imaculadas,branquinhas da silva - sempre adorei esta expressão!- pois era proibido entrar no pavilhão e fazer "educação física" com as sapatilhas "da rua". Tenho saudades do tal pavilhão, das traseiras do pavilhão, do tempo que desfazíamos nas horas de tédio, dos furos, dos berros da dona Cesaltina, a "alcaide-mor" do dito cujo. Até era boa pessoa, prova disso era a sua ternurenta condescendência. Deixava-nos molhar apenas as pontas do cabelo para dar a impressão que tínhamos tomado banho.
Passado tanto tempo revejo estas adidas vintage... mas ce ne n' est pas la même chose... são giras e tal... mas já não me vidram os olhos, nem se me prendem à retina... nem me provocam o tal fascínio sequer.. não é a mesma coisa... e pronto.
Passado tanto tempo revejo estas adidas vintage... mas ce ne n' est pas la même chose... são giras e tal... mas já não me vidram os olhos, nem se me prendem à retina... nem me provocam o tal fascínio sequer.. não é a mesma coisa... e pronto.
Vou calçar os meus ténis pretos, fazer o meu jogging.zinho. crepuscular acompanhada do meu fiel Spínola. A Mia fica em casa, está doente coitadinha... tenho que espairecer e me livrar deste assombro, desta moínha saudosista ultra-decadente, ultra-contraproducente, ultra-chata, chatinha.inha, .... no fundo, bem lá no fundo... acho que estou a envelhecer...
Talvez, esta paranóia nostálgica, estas sapatilhas vintage não tenham passado de um mero pretexto... talvez, eu já nem goste delas... na realidade nunca gostei, pensando bem... acho que desde os meus 11/12 anitos passei a odiar tais sapatilhas branquinhas e verdinhas bué fatelas, bué betinhas, bué... a idade, o momento em que descobri que o bruno loirinho do 7ºD também frequentava a mediateca todas as terças-feiras, das 15:45 às 14:00*, e também se inscrevera na "alliance française", e que por obra e graça do divino acaso que conspirava a meu favor íamos ser colegas de turma, e juntos aprenderíamos a escrever e pronunciar correctamente "je t' aime ah oui je t'aime" como na música de serge gainsbourg que os meus pais ouviam lá por casa! Desde então, nunca mais me preocupei com as stan smith. Descobri o prazer de calçar umas doc. martens pretas compradas no Terreiro, de sola anti-derrapante michelin- uau!!- acompanhadas das leggings city jeans ultra skinny curtindo amargamente [:)] o som de kurt Cobain no meu walkman...
Talvez, esta paranóia nostálgica, estas sapatilhas vintage não tenham passado de um mero pretexto... talvez, eu já nem goste delas... na realidade nunca gostei, pensando bem... acho que desde os meus 11/12 anitos passei a odiar tais sapatilhas branquinhas e verdinhas bué fatelas, bué betinhas, bué... a idade, o momento em que descobri que o bruno loirinho do 7ºD também frequentava a mediateca todas as terças-feiras, das 15:45 às 14:00*, e também se inscrevera na "alliance française", e que por obra e graça do divino acaso que conspirava a meu favor íamos ser colegas de turma, e juntos aprenderíamos a escrever e pronunciar correctamente "je t' aime ah oui je t'aime" como na música de serge gainsbourg que os meus pais ouviam lá por casa! Desde então, nunca mais me preocupei com as stan smith. Descobri o prazer de calçar umas doc. martens pretas compradas no Terreiro, de sola anti-derrapante michelin- uau!!- acompanhadas das leggings city jeans ultra skinny curtindo amargamente [:)] o som de kurt Cobain no meu walkman...
*15 minutinhos de ternurenta doçura. uma eternidade de tempo, num tempo em que havia tempo, se sentia a realidade do tempo e se fazia o tempo
Um comentário:
Sabia tudo tão bem...
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