[...]
"mas o que realmente me interessa é outra coisa: se existir, como será o inferno? recuso todas aquelas visões apocalípticas, diria que bêdéfilas, de fogueiras descontroladas e demais gritarias histéricas. as ilustrações contidas em "la divina commedia", de dante alighieri, não me convencem minimamente, demasiado maniqueístas, e sem complexidade, e sem inteligência. ao contrário do que se convencionou ao longo de séculos e séculos, não imagino o inferno como um lugar visualmente tenebroso, muito pelo contrário. imagino-o, sim, como uma imensa planície verdejante, sim, polvilhada por margaridas cintilantes e riachos resplandecentes. diria que imagino o inferno tal como a maioria das pessoas define o paraíso, só que com uma pequenina diferença: sem pessoas. o inferno é um lugar lindíssimo, tranquilo, paradisíaco, só que não tem pessoas. e é por isso que sofremos no inferno, por causa da solidão mais absoluta, mais eterna, mais dolorosa."
excerto de um texto da autoria de Gustavo Sampaio.
uma "visão"/interpretação/percepção curiosa do inferno. + dá que pensar. + aqui
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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