segunda-feira, 24 de dezembro de 2007



Passo, pela última vez, os olhos e os dedos pelo meu fiel portátil manhoso... muito manhoso, já senil, já gagá ,já esclerosado, já corcunda pelo peso das pastas, das tralhas e mais tralhas que carrega há alguns anitos. Está raquítico e amnésico, denunciando fortes indícios de alzheimer, e moribundo, com as teclas viradas para a cova, mas coitadinho... é meu.... está cheio de coisas minhas, e tantas coisas me conta, e tantas coisas me relembra...adoro-o... por isso seria incapaz de lhe aplicar a eutanásia. Sou tão egoísta, tão egoísta nestas coisas do sentimento. assumidamente materialista nestas coisas do sentimento. que só hoje me aprecebi que afinal, apenas defendo. teoricamente, a eutanásia, visto que,... na realidade... na prática... prefiro vê-lo morrer lentamente, assistir à sua morte, a induzir e determinar o seu fim.
(...)
Dizia eu que passo os olhos pelo meu fiel pc, abro o e-mail, verifico umas coisitas "e tal", organizo as tais tralhas, e agendo outras tralhas antes de partir .
Não vou descrever o frenesim das compras de Natal, nem das intermináveis filas de pagamento, nem da estucha que foi fazer as malas e do esforço sobre-humano que fiz para não me esquecer de nada, nem de ninguém... não escrevo sobre esse assunto, porque essa foi/é sempre a parte chata desta quadra... e o momento exije-se que seja de felicidade!! Amanhã rumo para a Amesterdão de Portugal - sim, Amesterdão e não Veneza!! Aveiro, não tem nada a ver com Veneza... se me apetecesse, explicava-vos... mas estou de férias, estou num blog parvo, e padeço de preguicite aguda, pelo que deixem-me gozar este meu estado de aparvalhanço letárgico... Todavia, peço-vos, por favor: não esbarrem no facilitismo acéfalo dos lugares-comuns... Aveiro não é Veneza. Aveiro é Aveiro. Se quiserem armar-se-em-intelectuais refutem essa teoria bacoca e digam qualquer-coisa-do-tipo: Aveiro é a Amesterdão de Portugal, e se de seguida ripostarem, interrogando-vos porquê...? Respondam: porquê? é tão óbvio!! as evidências saltam à vista:P - ["redundâncias, redundâncias" - que nada mais são do que escória, nada valem, embora pareçam valer ouro nos tempos que correm...-private joke, desprovida de joke]

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Amanhã é dia de queimar as saudades que já ardem e rechear mimar mimar mimar mimar e xi-coraçãozar a minha avó e engordá-la de beijinhos. muitos muitos muitos***********************************************************.

A todos vós, meus caríssimos.íssimos., desejo um Natal hiperglicécimo, energético, diabético e obeso - sim, porque estes dias pedem excesso de doçuras, e ainda que essas doçuras sejam de corantes artificias, ainda que sejam só para enfeitar a mesa da consoada na noite de Natal, passada em família, e ainda que essas doçuras sirvam apenas para polvilhar e enfeitar e decorar os bolos... porque ficam bem na fotografia... façam um esforço e sejam gulotões...nem que seja apenas para essa noite, para esse um dia de Natal... não custa nada... o sotaque Americano do Pai Natal e aquela barriga-balofa-inchada de Budweiser e de hamburguers também me irritam imenso, vi-me forçada a conformar com a impossibilidade de devolver o sapatinho à chaminé e reverter/devolver/restituir a tradição... mas é Natal... fica bem e sabe bem ... é estupidamente confortante continuar a acreditar na candura idílica do Natal ... é tolice... mas é giro e sabe bem... sabe-me bem...
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Afterimage

Disparou. Tocou. de raspão. quem. Alguém. «foi*».

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