segunda-feira, 26 de novembro de 2007
... e quando se recebe uma obra de arte feita de luz. iluminada... e quando as palavras são insuficientes para exprimir o que se está a sentir...
sem palavras...
...silêncio.
webibirtday.Lara! - _aqui
realizado e oferecido por este menino
[:P]
realizado e oferecido por este menino
[:P]
« [...]
Deixei a parte do som para ti! Só ficou com o som que foi proporcionado durante. Podes tocar ferrinhos, piano, viola, pandeireta [...] »*
[:)]
_________________________________ pego na minha palheta preferida, a n.º3, já velhinha, lascada e com verdete, limpo-a, insiro-a na boqueira do saxofone e toco a minha música. mas depois, só muito depois de ver, rever, re-rever e de ficar deslumbrada e de me vidrar com este gesto. bonito. ternurento. iluminado.
gosto de o contemplar. em silêncio. sempre. porque todo ele é melodia.
*irresistível...:)
Deixei a parte do som para ti! Só ficou com o som que foi proporcionado durante. Podes tocar ferrinhos, piano, viola, pandeireta [...] »*
[:)]
_________________________________ pego na minha palheta preferida, a n.º3, já velhinha, lascada e com verdete, limpo-a, insiro-a na boqueira do saxofone e toco a minha música. mas depois, só muito depois de ver, rever, re-rever e de ficar deslumbrada e de me vidrar com este gesto. bonito. ternurento. iluminado.
gosto de o contemplar. em silêncio. sempre. porque todo ele é melodia.
*irresistível...:)
domingo, 25 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Gastar Palavras
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteequantos?
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
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vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
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vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteeseis
vinteeseisvinteeseisvinte e seisvinteeseisvinteeseisvinteeseisvinteequantos?
Fwd: "You' re a big girl now" .
Mr. Bob Dylan__________________________________________________to.cid.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
Rocket man
She packed my bags last night pre-flight
Zero hour nine a.m.
And I’m gonna be high as a kite by then
I miss the earth so much I miss my wife
It’s lonely out in space
On such a timeless flight
And I think it’s gonna be a long long time
Till touch down brings me round again to find
I’m not the man they think I am at home
Oh no no no I’m a rocket man
Rocket man burning out his fuse up here alone
Mars ain’t the kind of place to raise your kids
In fact it’s cold as hell
And there’s no one there to raise them if you did
And all this science I don’t understand
It’s just my job five days a week
A rocket man, a rocket man
And I think it’s gonna be a long long time...
Zero hour nine a.m.
And I’m gonna be high as a kite by then
I miss the earth so much I miss my wife
It’s lonely out in space
On such a timeless flight
And I think it’s gonna be a long long time
Till touch down brings me round again to find
I’m not the man they think I am at home
Oh no no no I’m a rocket man
Rocket man burning out his fuse up here alone
Mars ain’t the kind of place to raise your kids
In fact it’s cold as hell
And there’s no one there to raise them if you did
And all this science I don’t understand
It’s just my job five days a week
A rocket man, a rocket man
And I think it’s gonna be a long long time...
Sfumato
sfumato.
consumo|me|mato|se|fumo.
e mato|porque|me|mato|sfumando|te.
consumo|bebo e sorvo e fumo e sumo| sumo.
consumo|me| consumo-te|consumo|me
mo-te|sfumato|fumo|que se pressente do
corpo que se fuma|sfumato|mato|mato|mato|...
sfumo| morto|morto|morto|...
se|fumo| sfumo|morto|morto...
mando-te|se|fumo|fumo-te|quando|fumo|mate.
ma|te|mato|me|se|fumo.
se|te|fumo|mato|me|sfumando-te|
sfumando-te|mando-te|ao|fumo|
se|me|mata|
se|fumo|sfumato|
e tudo não passou de um sfumato| fundo| undo:)
fumo|fumo|um|umo|um|
se fumo|fumo|sfumato|mato|se fumando|
ando|
se| ando|mando|
sem acto| mato|
sem te|mato-te|
que és o|fundo|de um|mundo esfumado
sfumato.fosfato.sfumato.
consumo|me|mato|se|fumo.
e mato|porque|me|mato|sfumando|te.
consumo|bebo e sorvo e fumo e sumo| sumo.
consumo|me| consumo-te|consumo|me
mo-te|sfumato|fumo|que se pressente do
corpo que se fuma|sfumato|mato|mato|mato|...
sfumo| morto|morto|morto|...
se|fumo| sfumo|morto|morto...
mando-te|se|fumo|fumo-te|quando|fumo|mate.
ma|te|mato|me|se|fumo.
se|te|fumo|mato|me|sfumando-te|
sfumando-te|mando-te|ao|fumo|
se|me|mata|
se|fumo|sfumato|
e tudo não passou de um sfumato| fundo| undo:)
fumo|fumo|um|umo|um|
se fumo|fumo|sfumato|mato|se fumando|
ando|
se| ando|mando|
sem acto| mato|
sem te|mato-te|
que és o|fundo|de um|mundo esfumado
sfumato.fosfato.sfumato.
"... perfect day"
Mr. L.R
Mr. L.R
Le fumeur met la dernière main à son travail, il cherche l’unité de lui-même avec le paysage
André Breton in “Le Soleil en laisse”, Claire de Terre, Paris: Gallimard, 1966, p. 185
...o paraíso 'assim'....e aqui... tão perto... de nós. só para nós.
sábado, 17 de novembro de 2007
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é [en]fado...
o que me surpreendeu e incomodou, muito sinceramente, não foi o discurso deste senhor, - reacção/possibilidade tão remota quanto onírica considerando a mediocridade do seu q.i., [irremediável desgraça... jamais conseguirá tal proeza, pois... pau que nasce torto... já perdi toda e qualquer esperança...]. O que me surpreendeu e incomodou, foi precisamente o ruidoso risinho* cínico e o som nauseante das palmas dos outros,... seus "serviçais".
Mais dois segundos e ficaria com urticária de bradar aos céus! Mais dois segundos e juro que o belo muffin de passas que degluto ainda com certa dificuldade e o belo néctar de alperce que escorrega pelo esófago abaixo acabariam por ver apenas o fundo da minha sanita branquinha.
A boa (?) notícia a registar deste lastimoso momento é a curta duração do segmento: 2 minutos e 19 segundos...apenas. A sanita agradece. E o meu estômago também.
Mais dois segundos e ficaria com urticária de bradar aos céus! Mais dois segundos e juro que o belo muffin de passas que degluto ainda com certa dificuldade e o belo néctar de alperce que escorrega pelo esófago abaixo acabariam por ver apenas o fundo da minha sanita branquinha.
A boa (?) notícia a registar deste lastimoso momento é a curta duração do segmento: 2 minutos e 19 segundos...apenas. A sanita agradece. E o meu estômago também.
*espero que este sorrisinho seja tudo, ou nada, menos contagiante.
muffin algum conseguirá conter um dia a doçura da minha Língua...
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
"bendito é o fruto do vosso ventre, 'jesus!!' e tal...livra-nos senhor de todo o mal... e tal... 'e tal'... seja convosco! ele está no meio de nós".
bendito sois vós, 'e tal...', entre as mulheres
livra-nos sempre de todo o mal, 'e tal...'
'e tal...' esteja no meio de nós
j'A'sus!!
que tal...
- ora... São...?!! - a que se faz de difícil & de púdica
- ora... são: - a fetichista ou ménage-a-trois, quatre, cinque...
-hora! São! - a ansiosa
- oração.- a beata
Ipsis verbis.
http://www.myspace.com/katrineottosen
_____it seems______________________________________________________
_________________________________________when should we go__________
____________________________sweet you______________________________
______________do your trick__________________________________________
_____________________________________________________flower in the night
_____it seems______________________________________________________
_________________________________________when should we go__________
____________________________sweet you______________________________
______________do your trick__________________________________________
_____________________________________________________flower in the night
lojadeguloseimasfazparedesmeiascomasaladechutoambasviciamambasprovocamefeitosnocisos
partilhamomesmotectopartilhamomeudealerevendedordedocesnocisostóxicolugarimprópriopa
radietasrestritivashipocalóricaslugardoceviciantetóxicovicienteconsumoconsumo-oemexcessoe
consumo-mesumindo-mepelaurgênciadaressacaeabstinência.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Os fios dos meus cabelos ___+
cansei-me dos meus cabelos. cansei-me das ondas que me enleiam a cabeça.
das ondas onduladas. sinuosas. impiedosas. quando me impelam à deriva.
cansei-me do escadeado rebelde. dissonante. das infindáveis escadas. desgastadas. de tanto serem calcorreadas.
cansei-me de procurar a raíz dos meus cabelos. dos meus cabelos rebeldes. ondulados.emaranhados.
que se encaracolam. condoídos. contraídos. nos dias de chuva.
cansei-me.
seguro a escova redonda. a dos dentes grandes afiados. pontiagudos e acutilantes. vociferantes. e aliso as ideias. desenriço os nós dos pensamentos. finto-me ao espelho e gosto do que vejo.
o cabelo esticado e as pontas acertadas até nem me ficam mal!
das ondas onduladas. sinuosas. impiedosas. quando me impelam à deriva.
cansei-me do escadeado rebelde. dissonante. das infindáveis escadas. desgastadas. de tanto serem calcorreadas.
cansei-me de procurar a raíz dos meus cabelos. dos meus cabelos rebeldes. ondulados.emaranhados.
que se encaracolam. condoídos. contraídos. nos dias de chuva.
cansei-me.
seguro a escova redonda. a dos dentes grandes afiados. pontiagudos e acutilantes. vociferantes. e aliso as ideias. desenriço os nós dos pensamentos. finto-me ao espelho e gosto do que vejo.
o cabelo esticado e as pontas acertadas até nem me ficam mal!
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
______+
alice partiu os espelhos.
ofereceu um gps ao gato.
do coelho branco fez guisado.
[sempre lhe invejara os |fantásticos |óculos de uma luneta só super-trendy]
mandou a rainha de copas fazer dieta e ir-se ****r
queimou o respectivo séquito de naipes.
antes de morrer,
alice decidiu passar pela sephora do chiado e comprou o lancôme baton rouge juicy ultra -shine - brilho de longa duração.
alice morreu.
alice morreu happy.
alice morreu com os lábios brilhantes ultra-shining.
alice morreu.
alice still shining, she's still a star.
ofereceu um gps ao gato.
do coelho branco fez guisado.
[sempre lhe invejara os |fantásticos |óculos de uma luneta só super-trendy]
mandou a rainha de copas fazer dieta e ir-se ****r
queimou o respectivo séquito de naipes.
antes de morrer,
alice decidiu passar pela sephora do chiado e comprou o lancôme baton rouge juicy ultra -shine - brilho de longa duração.
alice morreu.
alice morreu happy.
alice morreu com os lábios brilhantes ultra-shining.
alice morreu.
alice still shining, she's still a star.
RealidadevsSonhoCiênciaImaginaçãoConscienteInconscienteIlusãoMovimentoPercepçãoFicçãoEstáticaOlhoPercepçãoAbstracçãoUrgênciadadistracção
Quando me caía 1 dentinho pedia sempre 1 desejo. Agora, que já só me caem se arrancados sob o efeito da anestesia...
Macaquinhos
Ontem, fiquei uns bons três quartos de hora com os ouvidos retidos no carro só para ouvir o interessantíssimo debate da tsf cujo tema central incidia sobre a urgência de novas propostas, metodologias e critérios para a recuperação do património arquitectónico. Muito embora o estômago, já colado às costas, denunciasse a minha vulgar condição humana, escutei atentamente as considerações dos convidados, em especial as intervenções do arq. Nuno Teotónio Pereira.
Absolutamente esclarecido, desafectado dos academismos bolorentos, dos princípios positivistas restauracionistas resultantes do entendimento estético romântico - absolutamente anacrónico, obsoleto, redutor, alheio e desajustado perante as questões do novo milénio no que toca à preservação, conservação e salvaguarda dos bens arquitectónicos - , reputava o arquitecto para a necessidade de libertar as práticas de reabilitação de tais constrangimentos historicistas.
Não é preciso nos deslocarmos aos "centros históricos" das grandes capitais de distrito para nos apercebermos da dimensão das sábias palavras do arquitecto. Basta abrir as janelas do nosso quarto, olharmos ao nosso redor e os exemplos são gritantes. Em todas as cidades do nosso país, as intervenções (agressões) cometidas pautam-se, grosso modo, por linhas que primam pela política do fachadismo nauseante, decorativo, maquilhante, à laia dos contos de fadas disneyscos...bonitinhos, desastrosamente mimética. de pastiche. Um discurso que prima pela aparência de um imaginário que se pensa ter sido ou existido, e que acaba por deturpar e desvirtuar a própria identidade e longevidade do edifício, pelo medo mesquinha de se assumir a marca do tempo presente na sua intervenção. Uma prática corrente que o torna invariavelmente refém de um tempo histórico passado, morto.
Acredito que o Nuno Teotónio no seu discurso não pretendia suplantar o legado histórico de um determinado bem arquitectónico em detrimento de uma reconstrução ex-nuova, desprovida de um herança genética. Parece-me, antes, que o arquitecto alertava para a necessidade de enterrar os mortos, relevando a assinatura do tempo presente. Marca da nossa contemporaneidade. Porque do presente se faz também a História, porque o momento presente veicula uma realidade sígnica tão válida como em qualquer outro período Histórico. Parece-me que o arquitecto reivindicava a libertação dos estigmas, determinismos e contaminações pretensamente historicistas e redutoras, das falsas questões e clichés associados aos critérios de valorização e de salvaguarda do património arquitectónico, nomeadamente do simbolismo pretensamente intrínseco de que se reveste determinado imóvel, ou da pretensa salvaguarda da memória afectiva.
Contundente e sem floreados, Nuno Teotónio remata o seu discurso com a simplicidade de uma curtíssima frase que só os grandes mestres conseguem elevar graças à profundidade do seu pensamento e verticalidade do seu espírito :
Só ontem, depois de ter ouvido estas palavras compreendi os meus amigos quando por vezes, e não raras vezes, me interpelam os pensamentos com questões aparentemente inócuas. A Andreia, por exemplo, tem por hábito perguntar-me onde escondo as minhas duas antenas e qual a marca de fond-teint que uso para disfarçar tão bem a minha pela verde, e sem dó nem piedade tem ainda a distinta lata de me pedir para lhe apresentar o E.T.
Ela tem razão. A minha memória não se extingue. Era suposto extinguir-se, não era?
Susan Sontag, Rosalind Krauss, Freud e tantos outros autores que, entre diversos temas de estudo, se ocuparam do sistema neurológico no que concerne aos meandros dos mecanismos da percepção e comunicação abordam temas como os da amnésia, da intermitência, do esquecimento, do estado de choque enquanto condições necessárias para aquisição selectiva do conhecimento, as quais funcionam simultaneamante como mecanismos de defesa cognitiva, inconsciente, necessariamente volátil, por forma a fazer frente/protegendo-nos das ininterruptas agressões visuais e solicitações a que os nossos sentidos são alvo. numa era absolutamente povoada por léxicos bélicos, bombardeada por imagens visuais e sonoras que constantemente atingem a nossa memória; era permeável à torrente de inputs que recebemos sem nos darmos conta. Pelo que, para bem da nossa sanidade mental, da regeneração da memória, o cérebro vai seleccionando e anulando registos sensoriais e cognitivos que foram sendo apreendidos diariamente tendo em vista a assimilação de outros novos dados, brand new. A memória, como um disco rígido, vai-se apagando e anulando em catadupa e sistematicamente... para o nosso bem...
_______...
Quem me dera ser assim . Normal. Esquecer-me de tudo. Tudinho. Começar a receber inputs, num disco rígido clean, virgem, imaculado. Apagar. Apagar-me. Formatar o passado, a memória simbólica e historicista, implodir ou explodir o arranha-céus que rasga e fere o meu espaço. Apesar da minha rica cabeça ser uma poderosa super-potência, os talibans não querem nada comigo... Quem me dera fazer do meu cérebro um ground zero et voilá! Brand newinha em folha branca.
Queria ser como Le Corbusier e fazer tábua rasa do passado e do legado histórico, demolir as malhas urbanas enredadas e labirintícas, construir o novo! Clean. Mas eu detesto a arquitectura corbusiana, compreendo o princípio emancipatório, o enquadramento mental e artístico, mas detesto. É fria, despida, impessoal, estanderdizada e emparadedada - uma máquina para habitar...?? non merci, je refuse!. Alegorias tão bem retratadas por Chirico nas suas composições solitárias, monolíticas, opressivas... ou por Antonioni numa bela cena d' O Eclipse... repleta de lugares perdidos... mudos, isolados, ausentes... monolíticos, também...
Fazia-me bem gostar da arquitectura de Niemeyer que é belíssima. Mas não gosto. É imberbe e solitária. Desprovida do pretérito-perfeito de um tempo. Desprovida de registos, de lembranças, de memória. Uma arquitectura orfã, sem parentesco. Bolas, como gostava de querer passar a gostar de arquitecturas descontaminadas, desafectadas, desinfectadas e esterilizadas. Criadas em terreno novo.
Não é preciso nos deslocarmos aos "centros históricos" das grandes capitais de distrito para nos apercebermos da dimensão das sábias palavras do arquitecto. Basta abrir as janelas do nosso quarto, olharmos ao nosso redor e os exemplos são gritantes. Em todas as cidades do nosso país, as intervenções (agressões) cometidas pautam-se, grosso modo, por linhas que primam pela política do fachadismo nauseante, decorativo, maquilhante, à laia dos contos de fadas disneyscos...bonitinhos, desastrosamente mimética. de pastiche. Um discurso que prima pela aparência de um imaginário que se pensa ter sido ou existido, e que acaba por deturpar e desvirtuar a própria identidade e longevidade do edifício, pelo medo mesquinha de se assumir a marca do tempo presente na sua intervenção. Uma prática corrente que o torna invariavelmente refém de um tempo histórico passado, morto.
Acredito que o Nuno Teotónio no seu discurso não pretendia suplantar o legado histórico de um determinado bem arquitectónico em detrimento de uma reconstrução ex-nuova, desprovida de um herança genética. Parece-me, antes, que o arquitecto alertava para a necessidade de enterrar os mortos, relevando a assinatura do tempo presente. Marca da nossa contemporaneidade. Porque do presente se faz também a História, porque o momento presente veicula uma realidade sígnica tão válida como em qualquer outro período Histórico. Parece-me que o arquitecto reivindicava a libertação dos estigmas, determinismos e contaminações pretensamente historicistas e redutoras, das falsas questões e clichés associados aos critérios de valorização e de salvaguarda do património arquitectónico, nomeadamente do simbolismo pretensamente intrínseco de que se reveste determinado imóvel, ou da pretensa salvaguarda da memória afectiva.
Contundente e sem floreados, Nuno Teotónio remata o seu discurso com a simplicidade de uma curtíssima frase que só os grandes mestres conseguem elevar graças à profundidade do seu pensamento e verticalidade do seu espírito :
"a memória extingue-se e mais nada. Extingue-se e pronto. A memória extingue-se. Apaga-se"!
______...
Só ontem, depois de ter ouvido estas palavras compreendi os meus amigos quando por vezes, e não raras vezes, me interpelam os pensamentos com questões aparentemente inócuas. A Andreia, por exemplo, tem por hábito perguntar-me onde escondo as minhas duas antenas e qual a marca de fond-teint que uso para disfarçar tão bem a minha pela verde, e sem dó nem piedade tem ainda a distinta lata de me pedir para lhe apresentar o E.T.
Ela tem razão. A minha memória não se extingue. Era suposto extinguir-se, não era?
Susan Sontag, Rosalind Krauss, Freud e tantos outros autores que, entre diversos temas de estudo, se ocuparam do sistema neurológico no que concerne aos meandros dos mecanismos da percepção e comunicação abordam temas como os da amnésia, da intermitência, do esquecimento, do estado de choque enquanto condições necessárias para aquisição selectiva do conhecimento, as quais funcionam simultaneamante como mecanismos de defesa cognitiva, inconsciente, necessariamente volátil, por forma a fazer frente/protegendo-nos das ininterruptas agressões visuais e solicitações a que os nossos sentidos são alvo. numa era absolutamente povoada por léxicos bélicos, bombardeada por imagens visuais e sonoras que constantemente atingem a nossa memória; era permeável à torrente de inputs que recebemos sem nos darmos conta. Pelo que, para bem da nossa sanidade mental, da regeneração da memória, o cérebro vai seleccionando e anulando registos sensoriais e cognitivos que foram sendo apreendidos diariamente tendo em vista a assimilação de outros novos dados, brand new. A memória, como um disco rígido, vai-se apagando e anulando em catadupa e sistematicamente... para o nosso bem...
_______...
Quem me dera ser assim . Normal. Esquecer-me de tudo. Tudinho. Começar a receber inputs, num disco rígido clean, virgem, imaculado. Apagar. Apagar-me. Formatar o passado, a memória simbólica e historicista, implodir ou explodir o arranha-céus que rasga e fere o meu espaço. Apesar da minha rica cabeça ser uma poderosa super-potência, os talibans não querem nada comigo... Quem me dera fazer do meu cérebro um ground zero et voilá! Brand newinha em folha branca.
Queria ser como Le Corbusier e fazer tábua rasa do passado e do legado histórico, demolir as malhas urbanas enredadas e labirintícas, construir o novo! Clean. Mas eu detesto a arquitectura corbusiana, compreendo o princípio emancipatório, o enquadramento mental e artístico, mas detesto. É fria, despida, impessoal, estanderdizada e emparadedada - uma máquina para habitar...?? non merci, je refuse!. Alegorias tão bem retratadas por Chirico nas suas composições solitárias, monolíticas, opressivas... ou por Antonioni numa bela cena d' O Eclipse... repleta de lugares perdidos... mudos, isolados, ausentes... monolíticos, também...
Fazia-me bem gostar da arquitectura de Niemeyer que é belíssima. Mas não gosto. É imberbe e solitária. Desprovida do pretérito-perfeito de um tempo. Desprovida de registos, de lembranças, de memória. Uma arquitectura orfã, sem parentesco. Bolas, como gostava de querer passar a gostar de arquitecturas descontaminadas, desafectadas, desinfectadas e esterilizadas. Criadas em terreno novo.
Mas não. Continuo a gostar dos meus arquitectos clássicos, que continuam a aceitar e tomam como desafio o confronto de diálogos espacio-temporais que se intercepcionam, da convivência pacífica de espaços novos e de memória como fizeram Fernando Távora ou Siza. Criaram uma arquitectura de diálogo enlaçada em reflexos e linhas que antecipam sempre algo. Novo.
Porque não sou arquitecta. Porque não sou engenheira informática. Porque também não sou alienígena. Sou complexa. Eu. Eu gostava apenas de fazer e ser como a Andreia. Pragmática. A GRANDE Andreia que consegue apagar tudo e todos com uma altivez estonteante. Não concebe um dia sem a formatação de alguns dos seus dias. Limpa diariamente o seu disco rígido. Invejo-a por isso. Parva sou eu que vivo presa a back-ups. Parva sou eu que me formei/deformei, especializei/despecializei-me numa ciência que me obriga a recorrer à memória e ao belo. Parece-me o bode expiatório perfeito para me lembrar apenas dos momentos belos. passados. do passado.
Parva sou eu... que teimo em desenvolver o músculo mnemónico, parva sou eu que devia viver a vida alheando-me de tudo e de todos, abandonando definitivamente o luto dos mortos que deveriam estar enterrados. Parva sou eu que devia cultivar o carpem diem, como faz a minha Andreia.
A culpa não é minha, a culpa é da minha profissão que diariamente me faz evocar e escrever sobre o belo e sobre a memória.
E por falar em belo...
Se obras há que me provocam inveja são as cabeça de Modigliani ou as musas de Brancusi. Pudesse eu ser assim. Pudesse eu repousar na serena, polida, dúctil beleza e frieza dos pensamentos... como eu queria. Ter uma cabecinha opaca e brunida e alva como o mármore imperial de Carrara, ou o dourado aurático do metal cintilante em vez das minhas duas antenas e da minha pele verde.
Não tenho o hábito de emprenhar pelos ouvidos, mas ouvir as palavras de Nuno Teotónio Pereira fez multiplicar os macaquinhos que povoam o meu rico cérebro. Demasiado pequenino, porém, para tanta macacada.
Porque não sou arquitecta. Porque não sou engenheira informática. Porque também não sou alienígena. Sou complexa. Eu. Eu gostava apenas de fazer e ser como a Andreia. Pragmática. A GRANDE Andreia que consegue apagar tudo e todos com uma altivez estonteante. Não concebe um dia sem a formatação de alguns dos seus dias. Limpa diariamente o seu disco rígido. Invejo-a por isso. Parva sou eu que vivo presa a back-ups. Parva sou eu que me formei/deformei, especializei/despecializei-me numa ciência que me obriga a recorrer à memória e ao belo. Parece-me o bode expiatório perfeito para me lembrar apenas dos momentos belos. passados. do passado.
Parva sou eu... que teimo em desenvolver o músculo mnemónico, parva sou eu que devia viver a vida alheando-me de tudo e de todos, abandonando definitivamente o luto dos mortos que deveriam estar enterrados. Parva sou eu que devia cultivar o carpem diem, como faz a minha Andreia.
A culpa não é minha, a culpa é da minha profissão que diariamente me faz evocar e escrever sobre o belo e sobre a memória.
E por falar em belo...
Se obras há que me provocam inveja são as cabeça de Modigliani ou as musas de Brancusi. Pudesse eu ser assim. Pudesse eu repousar na serena, polida, dúctil beleza e frieza dos pensamentos... como eu queria. Ter uma cabecinha opaca e brunida e alva como o mármore imperial de Carrara, ou o dourado aurático do metal cintilante em vez das minhas duas antenas e da minha pele verde.
Não tenho o hábito de emprenhar pelos ouvidos, mas ouvir as palavras de Nuno Teotónio Pereira fez multiplicar os macaquinhos que povoam o meu rico cérebro. Demasiado pequenino, porém, para tanta macacada.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Post it#3 ou Wish list
- vestido de cetim azul celeste de luís buchinho;
- saia assimétrica com sobreposições em patchwork de alexandra moura;
- camisolona volumosa com bolsos largos violeta de luís filipe oliveira baptista;
-"the optical unconscious" de rosalind krauss;
- silêncio. não quero saber do que passa no mundo. neste mundo e no dos outros. não quero mesmo saber. de nada;
- "video art" de michael rush;
- "milwauke art museum. cut. film as found object in contemporary video" de stefano basilico, entre outros;
- relógio com os três ponteiros: dos segundos, dos minutos e das horas. quero acreditar que o dia tem 24 horas e que o fim-de-semana são dois dias;
-um saco de viagem maior;
-vales para a auditu e arquivo;
-batom do cieiro uriage eau thermale
- moleskine;
-meias de lã grossa com esponjinhas antiderrapantes;
-pedir ao pai "aquele" disco. queria mesmo que fosse meu para poder oferecê-lo;
-pedir à mãe os postais da arcada;
-cravar ao david paciência e o candeeiro vintage na 117;
-preparar-me psicologicamente para o meu janeiro;
-renovar a inscrição;
-maitena (iniciar a colecção dos livros pequenos);
-amealhar tostões para comprar a serigrafia do manel;
- terminar a colecção de almofadas desenhadas pelos "third drawer down"*;
-pedinchar à ana o poster do meu filme;
-transf. para vol.;
-comprar discos ópticos; fibras ópticas; zoetropes;
-*****ammc;
-digerir as palavras da dr.ª conceição: "(...) além do mais as lágrimas da lara são ácidas, o que não ajuda muito... deviam ser gordurosas";
-digerir as palavras do dr. lawrence: "(...)" - nem me quero lembrar;
-esquecer-me do conteúdo de certos e-mails;
-esquecer-me de certos telefonemas e de certas sms's e de certas pessoas;
-esquecer-me do que e de quem me lembro, lembrar-me do que e de quem me esqueço;
- cumprir os objectivos. que o proj./mm seja bem sucedido;
-regatear(:)) com a joão o preço das carteiras grandes/"tipo-saco" estampadas da amigonsttro;
-encontrar as leggings vermelhas perfeitas;
-comprar um caleidoscópio, dos verdadeiros!! - de forma cilíndrica e em cartão.(procurar na princepezinho de coimbra);
-guardar muito bem as passagens e não danificar os bilhetes - lembrar-lhe!!!!!
-comprar amoras!!!
Tu embalas as estrelas
.OFEREÇO-TE ESTE POEMA PERFUMADO.
Ele é só teu.
Procurei algo de especial que preenchesse os teus cinco sentidos
(Não apenas os olhos e os ouvidos)
Consegui?
Espero que gostes
Minha querida amiga
Pois...
.TRABALHEI TODA A NOITE COMO UMA FORMIGA*.
*Tenho sempre tanta coisa para te contar... mas escusado será dizer que neste post estou a exagerar.
Presunção
sábado, 10 de novembro de 2007
Sussuro-te ao ouvido. com consentimento sentido. embora sem sentido. por me sentir. sentida.
há certas coisas do sentimento que só podem ser ditas de mãos dadas
o afecto. que afecta e infecta precisa de tacto.
de facto.
Under my feet...
Era um tanto ou quanto viciada, - muitíssimo viciada, mania mesmo!, confesso...- por "sapatilhas"adidas stan smith branquinhas e verdes.
A indolência do fim de tarde de domigo começa sempre por ser desfiada no banco de veludo púrpura à roda da mesa do canto, sob a luz ténue e apaziguante do "dois dedos". Entre vozes cruzadas, palavras partilhadas, olhares falantes e flagrantes, entre-dentes, sorrisos, carícias, presenças, ausências, intermitências, cafés, chás verdes, frizes, coca-colas, capuccinos, tostas-mistas, cheese-cakes, queques de fambroesa e noz, torradas aparadas, croissants, cigarros,... qualquer motivo serve para nos reunirmos. Encontramo-nos pelo simples prazer de estar, se estar, estarmos juntos, por nada e para nada, por tudo e para tudo... Para falarmos dos pequenos nadas, dos grandes tudo, das trivialidades, das futilidades, das novidades, do que se passa, e não ultrapassa, com muita cumplicidade e amizade partilhada, com disparates e parvoíces... então ontem... a minha parvoíce estava no auge. De forma abrupta, questionei sobre a extinsão das míticas sapatilhas stan smith, do mercado. Pergunta absolutamente oportuna e interessante... que por um breve-longo instante interrompeu o saboroso bulício que estava a ser vivido. O silêncio de cortar à faca caiu sobre a mesa... ameaçando quebrar os copos... se demorasse mais três segundos.
(Fiz pisca e virei o rumo da conversa, mas não sem antes deixar bem claro que as sapatilhas azuis e brancas de inspirição yah's tuninginiana bimbóclub que por aí populam e circulam são manhosas, à semelhança de qualquer outro objecto desprovido de originalidade... fico-me por aqui. Porque no "dois dedos", o desenrolar do tema foi desastroso. )
A indolência do fim de tarde de domigo começa sempre por ser desfiada no banco de veludo púrpura à roda da mesa do canto, sob a luz ténue e apaziguante do "dois dedos". Entre vozes cruzadas, palavras partilhadas, olhares falantes e flagrantes, entre-dentes, sorrisos, carícias, presenças, ausências, intermitências, cafés, chás verdes, frizes, coca-colas, capuccinos, tostas-mistas, cheese-cakes, queques de fambroesa e noz, torradas aparadas, croissants, cigarros,... qualquer motivo serve para nos reunirmos. Encontramo-nos pelo simples prazer de estar, se estar, estarmos juntos, por nada e para nada, por tudo e para tudo... Para falarmos dos pequenos nadas, dos grandes tudo, das trivialidades, das futilidades, das novidades, do que se passa, e não ultrapassa, com muita cumplicidade e amizade partilhada, com disparates e parvoíces... então ontem... a minha parvoíce estava no auge. De forma abrupta, questionei sobre a extinsão das míticas sapatilhas stan smith, do mercado. Pergunta absolutamente oportuna e interessante... que por um breve-longo instante interrompeu o saboroso bulício que estava a ser vivido. O silêncio de cortar à faca caiu sobre a mesa... ameaçando quebrar os copos... se demorasse mais três segundos.
(Fiz pisca e virei o rumo da conversa, mas não sem antes deixar bem claro que as sapatilhas azuis e brancas de inspirição yah's tuninginiana bimbóclub que por aí populam e circulam são manhosas, à semelhança de qualquer outro objecto desprovido de originalidade... fico-me por aqui. Porque no "dois dedos", o desenrolar do tema foi desastroso. )
Quando era mais nova, tinha sempre duas stans no armário: umas velhas - pseudo-gastas, meio-surrentas, (para dar aquele ar de menina cool armada-em-maria-rapaz, que sonhava vir a ser "a" futura tom sawyer lá do burgo), mas que no fundo se pelava, coitadinha, para que as stans em causa ficassem com aspecto ultra-trendy , ultra-desgastado, porque eram essas as regras que a moda do D. Dinis ditava. Ficavam de todas as cores menos branquinhas, como se queria. Eram riscadas, rabiscadas, assinadas por canetas da bic cristal, da molin... tinham mensagens e top secrets dos colegas de turma e amigos! Chegava a pedir ao Diogo o canivete suíço à la macgghiver (?!) para as rasgar e tudo! Uma feira de vaidades ardilosamente bem arquitectada, pinderiquice produzida, rasca e ambulante... mas gira, eu tinha uma certa graça... Tinha as outras, imaculadas,branquinhas da silva - sempre adorei esta expressão!- pois era proibido entrar no pavilhão e fazer "educação física" com as sapatilhas "da rua". Tenho saudades do tal pavilhão, das traseiras do pavilhão, do tempo que desfazíamos nas horas de tédio, dos furos, dos berros da dona Cesaltina, a "alcaide-mor" do dito cujo. Até era boa pessoa, prova disso era a sua ternurenta condescendência. Deixava-nos molhar apenas as pontas do cabelo para dar a impressão que tínhamos tomado banho.
Passado tanto tempo revejo estas adidas vintage... mas ce ne n' est pas la même chose... são giras e tal... mas já não me vidram os olhos, nem se me prendem à retina... nem me provocam o tal fascínio sequer.. não é a mesma coisa... e pronto.
Passado tanto tempo revejo estas adidas vintage... mas ce ne n' est pas la même chose... são giras e tal... mas já não me vidram os olhos, nem se me prendem à retina... nem me provocam o tal fascínio sequer.. não é a mesma coisa... e pronto.
Vou calçar os meus ténis pretos, fazer o meu jogging.zinho. crepuscular acompanhada do meu fiel Spínola. A Mia fica em casa, está doente coitadinha... tenho que espairecer e me livrar deste assombro, desta moínha saudosista ultra-decadente, ultra-contraproducente, ultra-chata, chatinha.inha, .... no fundo, bem lá no fundo... acho que estou a envelhecer...
Talvez, esta paranóia nostálgica, estas sapatilhas vintage não tenham passado de um mero pretexto... talvez, eu já nem goste delas... na realidade nunca gostei, pensando bem... acho que desde os meus 11/12 anitos passei a odiar tais sapatilhas branquinhas e verdinhas bué fatelas, bué betinhas, bué... a idade, o momento em que descobri que o bruno loirinho do 7ºD também frequentava a mediateca todas as terças-feiras, das 15:45 às 14:00*, e também se inscrevera na "alliance française", e que por obra e graça do divino acaso que conspirava a meu favor íamos ser colegas de turma, e juntos aprenderíamos a escrever e pronunciar correctamente "je t' aime ah oui je t'aime" como na música de serge gainsbourg que os meus pais ouviam lá por casa! Desde então, nunca mais me preocupei com as stan smith. Descobri o prazer de calçar umas doc. martens pretas compradas no Terreiro, de sola anti-derrapante michelin- uau!!- acompanhadas das leggings city jeans ultra skinny curtindo amargamente [:)] o som de kurt Cobain no meu walkman...
Talvez, esta paranóia nostálgica, estas sapatilhas vintage não tenham passado de um mero pretexto... talvez, eu já nem goste delas... na realidade nunca gostei, pensando bem... acho que desde os meus 11/12 anitos passei a odiar tais sapatilhas branquinhas e verdinhas bué fatelas, bué betinhas, bué... a idade, o momento em que descobri que o bruno loirinho do 7ºD também frequentava a mediateca todas as terças-feiras, das 15:45 às 14:00*, e também se inscrevera na "alliance française", e que por obra e graça do divino acaso que conspirava a meu favor íamos ser colegas de turma, e juntos aprenderíamos a escrever e pronunciar correctamente "je t' aime ah oui je t'aime" como na música de serge gainsbourg que os meus pais ouviam lá por casa! Desde então, nunca mais me preocupei com as stan smith. Descobri o prazer de calçar umas doc. martens pretas compradas no Terreiro, de sola anti-derrapante michelin- uau!!- acompanhadas das leggings city jeans ultra skinny curtindo amargamente [:)] o som de kurt Cobain no meu walkman...
*15 minutinhos de ternurenta doçura. uma eternidade de tempo, num tempo em que havia tempo, se sentia a realidade do tempo e se fazia o tempo
Ofereço-te_______este conto cronometrado ou desacerto emparelhado:
o meu pulso despido
sem
relógio
sem tempo contado
o meu relógio
vestido
no teu pulso
para seres o senhor do meu tempo
com tempo
e com o tempo
contado
sem
relógio
sem tempo contado
o meu relógio
vestido
no teu pulso
para seres o senhor do meu tempo
com tempo
e com o tempo
contado
feliz aniversário
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Com o carvão cinzento negro da cor da cinza traço em gestos incisos silhuetas que ferem e golpeiam
osolhosdamemóriaopacacomocartolinabranca*
sentada na claridade diuturna dos meus sonhos
redesenho-te
a carvão negro da noite
*antes contemplasse os traços ora estilizados ora bruscos ora cortantes de goya,
fontana, ou de basquiat...
fontana, ou de basquiat...
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Disparou. Tocou. de raspão. quem. Alguém. «foi*».
Moment to catch up. Feel it. Touched in white.
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- 1/2 Indiano na Índia
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