quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

By [e] motion!

For Marx one of the great technical innovations of the nineteenth century was the way in wich the body was made adaptable to the 'few main fundamental forms of motion'.



«...machines are social before being technical»

Jonathan Crary cita G. Deleuze in The Techniques of the Observer.

«Letters on the blind»

The reciprocal assistance, between sight and touch he specified in letters on the blind is no longer operative.

|.|um |.| sem |.| fim |.| de |.| títulos |.|


- eu prometi-vos que um dia também me queria, desejava, e exigia-me, a mim. divertir-me. simplesmente divertir. e distrair. com os discos ópticos. do jardim. perto do parque infantil. assim fiz. assim cumpro.
- the world is spinning around. rounding in circles. me?
- p&b.
walk .out of. the line.
-movimentos. linhas de força. com força. em movimento. a p&b.
- é giro. ser eu. a girar. esta bola redondinha. parecida com o mundo. a p&b. parecida. contribuo para o movimento?
-dois óculos na minha rica cabecinha... vista de longo ao alcance... ou limitação do campo visual... je ne sais pas... mas também não m' importe pá!
- tocada pelo mundo. e para o mundo. quero tocar. para o meu mundo, pelo menos. coisas do nariz e do umbigo, coca-cola e tal...
-spinning out of control.


ou melhor,

coisas parvas de quem não tem mais nada que fazer.*


soluções hipotéticas e extremamente improváveis e incompreendidas de impossíveis pseudo-eudo-títulos

que jamais constarão neste meu triste e profunda e feliz-tão-infeliz e assumidamente parvo blogue.

_______...

"Our eye finds it more comfortable to respond to a given stimulus by reproducing once more an image that it has produced many times before, instead of registering what is different and new in impression."


retinal afterimage.?. "já era"... agora surge o novo conceito - memória visual.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

«Malgrè nous, nous étions là»





"à queima roupa os corpos são dança, são matéria... em movimento, com interrupções, pausas. pausas.
pois precisa-se de silêncio."


foi com este ritmo de
palavras que o movimento deu forma ao palco, um fulgor que bafejou a sala de estar, fazendo vénia ao tempo e fazendo troça à morte.

"porque a dança dos antigos é igual à dança contemporânea. porque o que as une é a morte."

e foi bonito ver a dança de dois corpos, de dois amantes, marido e mulher, em uníssono e emparelhada, ele, com o cabelo já
a caminhar para o grisalho e ela, com ligeiros vincos que lhe começam a escavar a testa... ambos, os dois, os dois, os dois juntos, e sem medo, tiraram o chapéu à morte.

"que venha."


imaginem: um palco branco, estático, inerte e inexpressivo. agora imaginem esse mesmo espaço em constante rotação. metamorfose flutuante. e liquefeita. suspensa. fluida pelos copos ondulantes que se derretem ao som de músicas que aquecem a atmosfera. fria. e branca. e estática. inerte e inexpressiva desse espaço. ambíguo. desse mesmo palco. desse teatro. pontuado pelo som. dissonante e descontínuo. de um tempo. descompassado. como a música de Sasseti. um som e um espaço e dois corpos. ridiculamente raspado por um relógio verde kitsh. A Leonor roubou o relógio e estamapou o maldito e foleiro e estúpido e pindérico relógio verde ultra-kitsh na cara, na sua cara, e goza, gozando com a desmesura do tempo. desmedido. com a cara do Paulo, também. desafiando-o. "não sejas tão sério". Leonor, rebola-se no chão, gozando o bendito tempo e gozando com o maldito tempo - tic-tac -tic-tac - da cara do Paulo. verde. horrível. o verde é foleiro. Leonor aproveita e insinua-se. desnudando-se ao seu amor. seu amante. Com o relógio estampado na cara. num espaço que se ia reanimando. sem mando. e sem tempo. com todo o tempo. pelo tic-tac do tempo. gozaram-se os corpos em cada gesto e todo o movimento. criando-se em cada gesto e movimento. foi assim. Pelo menos para mim. no meu imaginário. tão real. e tão meu. foi assim. foi real e verdadeiro. porque senti. foi o que vi. os meus olhos viram assim, em mim e para mim. Atrás, uma tela plana, sem o fio cortante do horizonte a separar os dois planos da representação. Na tela, os corpos ficavam suspensos. Na tela, uma superfície espelhada. por reflexos da representão dos corpos em dueto, que dançavam no palco. Na tela: surgiam os mesmos corpos que dançavam, sincronizados no palco em tempo real, mas já não num espaço branco, estático, inerte, e inexpressivo. Na tela, um horizonte longínquo com esses mesmos corpos mas agora, suspensos, adulterados, e ainda mais fluídos e maneiristas, projectados por um sistema termo, e foto-sensíveis. E na tela: em cada gesto em movimento, um rasto de cor-de-laranja, violeta e amarelo. quase líquidos. Na tela, já não eram só os corpos, era a "alma. uma só alma. colorida." - disse Paulo. A tela já não era tela: era um arco-íris, esculpidos pelos gestos dos corpos em movimento. formas em transitus contiuum, um campo onírico, ilusório, uma realidade-outra fora daquele campo branco e inerte e inexpressivo. era colorido. era um tempo fora do tempo e daquele espaço. daquele espaço de tempo. "porque a forma sem movimento e luz é morte. do corpo de dois. nasce a alma de um só corpo" - corta o gesto e o tempo. Paulo Ribeiro. com pausa. a sua dança e a dança da sua mulher, Leonor. ele interrompe. interrompendo-me. a mim.e eu saio do meu lugar. e por momentos, por breve momentos de tempo, quis, quero. sair. do lugar onde estive e estou sentada. branca. estática. inerte e inexpressiva. por breves momentos quis ser e fazer como rei David e dançar nua em frente de um deus desconhecido. junto deles, naquele palco, naquele espaço, e naquele espaço de tempo. fora de um tempo. nada branco e muito menos expressivo. um espaço iluminado e reanimado pela forma metamorfoseado dos corpos. a luz era jorrada pela tela, colorida por aquelas três cores foto-sensíveis e termo-dinâmicas dos corpos, aquela luz era o "paraíso" - disse Paulo. interrompe Paulo Ribeiro. novamente. a dança. com uma semi-breve de tempo. sem gesto. com a luz quente, quase ocre, ocre telúrico da tela, uma violeta quase púrpura diluída em tons lumínicos de amarelos degradés. era o paraíso. também eu fui tocada. e por momentos também queria rasgar a tela e entrar naquele paraíso. um lugar-meu-outro. imaginário. mas sagrado. rasgado pela luz. de formas indefinidas, mas vividas, em metamorfose constante. também eu não me importava de morrer naquele momento. naquele preciso momento. morreria feliz. muito feliz. morrer num êxtase e em êxtase de luz. qual Santa Teresa de Bernini. morreria feliz naquele espaço, naquele palco. sem sentimento de culpa, por não me importar de abandonar aqueles que tanto amo. queria abandonar-me. ser transportada para aquela luz e cor naif. pura. onde um deus habita. suspender-me e seguir fervorasamente uma crença e em devoção um deus, sem rosto, sem corpo e sem forma. um deus, um alá, além, e viver um puro momento de fervor iconoclasta, pois deus revelou-se-me desfigurado, pela luz, no arrepio na minha pele. e os meus dedos tactearam o relevo dos meus pêlos que se eriçavam tentando decifrar as palavras. não consegui. fui arrebatada.

Paulo Ribeiro interrompe. novamente. e diz:

«assim como as palavras, também os corpos deambulam, sinuosos, com movimentos, com hesitações avanços e recuos e pausas, também. não vamos dizer o que é a dança, a boa e a má dança, como se dança. não vamos dizer. não sei o que isso é»


E eu digo. ou queria ter-lhes dito:

.levem-me convosco. quero dançar. quero continuar a dançar. como sempre. como dantes.

.levem-me convosco. quero dançar.

...

este foi o último espectáculo de dança de Paulo Ribeiro. Porque o seu corpo, a idade do seu corpo,
os ossos do seu corpo. embora lhe pertençam. e sejam sua propriedade. sua. já não lhe obedecem. Porque o tempo, ordena o gesto, comanda. e é matreiro. condiciona e limita. ferindo a alma. que nem sempre gesticula. O movimento em palco do Paulo cessou, mas o rasto de luz e a cor do corpo, do seu corpo. continua, pela sua alma adentro... pela tela dos meus olhos adentro. num rasgo largo e leve, nada pesado,... sem corpo, sem matéria...
pois a sua alma... essa, repito: perdura... e a Companhia. a sua. companhia, essa... continua.


porque agora decidi ser feliz e fielmente fiel a mim própria. sou felizmente nada, posso dizer tudo. estou feliz. sem cargos nem encargos. sem factos e fatos. apenas eu e os meus actos. em constante movimento. sempre. "porque o xis precisa de si, a criar, sempre ".

_______...

vi o que vi. senti o que vi e ouvi. e pensei: "isto, sou toda eu... será que é o que vejo. ou o que eu quero ver... isto, sou toda eu..."
a menina-popwork, entretanto, diz-me baixinho, ao ouvido: "prima, aquilo és tu, tem tudo a ver contigo..."
eu, habitualmente de braços-cruzados olho para ela, aperto-lhe a mão, suspiro, sorrio e digo-lhe: "uff, que alívio, pensava que estava, realmente, a enlouquecer... que alívio."

Movimento#1

"Depois a dúvida que me colava à pele, por que é que estou no palco outra vez, qual é o interesse?!?! O coração quer mas o corpo não acompanha. Depois a Leonor, sempre e sempre positiva e exigente, depois o coração a fazer esquecer o corpo e o nosso dueto a falar sozinho de nós sem imposição de matéria nem de materiais. Acontece porque é assim que deve acontecer!!!".


Movimento


1. Dançar para chegar à conclusão
2. Há movimentos melhores que outros
3. A indústria dos músculos não aceita a excepção do músculo
4.Hesitar entre a perfeição e o desastre

5. O lado melhor é o lado pior

6.Pedidos para me tornar pior: por favor torna-te claro
7. Há perguntas melhores que outras
8. O movimento é possível

9.Intensidade errada alojada na perfeição

10. Treinar a nudez


e a felicidade é mais importante que a realidade, portanto





(Repito e repito... é que é mesmo. verdadeira, real, e efectivamente. Releio e leio, como da primeira vez, e faz, de novo, como novo, e como na primeira vez, cada vez mais sentido... e depois danço, danço...)



A minha prima é "mai' linda c'a tua". porque é minha.


- Minha amora, olha o que colei aqui, ao lado do monstro. Olha a beleza desta incoerência!!!! Vês, a Ana já me ofereceu o cartaz!!! Foi tão querida, demorou... mas não se esqueceu... Vai ficar, coladinho, aqui, por tempo indeterminado. Depois, quando me fartar, retiro-o.
-Não acredito!?? Conseguiste...!! Arranja-me um! Vá lá! Oferece-mo!!
-Mas eu gosto deste... eu gosto tanto dele... e seria indelicado da minha parte.... a Ana pelou-se para mo arranjar... percebes...




- Escolhe outro!Este era só meu... percebes, era só meu... Vá lá, eu arranjo-te outro!! Mas este não... percebes...


- Ok... pronto, está bem... amanhã substituo-o pelo Aurora...


- A "prima-de-braços-cruzados" oferece... mas o que é que me dás em troca?
- As botas vermelhas da Dg2 do Marachão!!!
- Vamos-vamos, e já. já passa das sete, não tarda-fecha... aproveitamos e passamos pelos Capuchos para apanharmos a gotinha-azul para ir connosco ao TJLS... está sozinha... vamos, então que se faz tarde?
...Desculpa lá, mas tu não viste o Maria do Mar ... já o viste mesmo..???
-Eu, não?! Achas?!! Mas gosto do cartaz, é giro. É mesmo lindo. Tão bonito!
- ... ... ... ... nem sabes o quanto gosto de ti, mulher! Toma lá, é todo-todinho teu!

(entretanto fomos buscar a gotinha-azul, a lady in blue de calças pretas, e de pernas longas, longuíssimas...)

-
the lady in red, la piu bella prima del mondo. é linda, não é.... é. e também é casadinha. é. e mãe do Santiago, portanto... de modos que, e coiso e tal... out! (percebeu menino Pedro Matias?)





- ao centro, e a meio, entre as duas, mas sem a dita virtude, uma testa dúctil de frieza e de subtil beleza...-


- Vamos dançar...

Bons sonhos...

Deito-me com o livro de Marc Guillaume, Éloge du Désordre à cabeceira, alimento a ideia de destruir a história e o conceito de cultura, enraizado. porque só se pode destruir e decompor aquilo que verdadeiramente se conhece. Faço-o em nome de uma "Nouvelle Culture, Utopie et Non-pouvoir" porque é o que eu agora mais quero, e exijo e desejo. Agora, que já nada me prende, me condiona, porque decidi desprender-me, para ser nada, já posso dizer tudo, tudinho, sem o peso da legitimidade, em nada. e é tão bom ser nada, para ser e sentir simplesmente tudo. E sonho... sonhemos... então... façam o favor de sonhar, nem imenso, nem bastante. mas muito. muito. muito-muito.


...


apago a luz, de uns olhos cansados mas emoldurados pela cor da minha laranja, como no poema feito de duetos poéticos esculpidos por Natália Correia. Apago o cansaço da felicidade dos meus olhos. cansados. dos meus olhos da cor das azeitonas. e trinco os sonhos que em cada uma das linhas do livro que me alimentou. alimenta. Palminho um caminho bordejado por uma luz colorida. algo-meio-e-ainda-indefinida. e porque o caminho é longo e delicioso, mordisco sonhos e atiro os caroços ao chão..., um dia, alguém colherá os frutos. - azeitonas, por que não...? Despeço-me com uma lua, que pode ter o movimento do sol, a cor do sol e forma do sol, porque hoje a noite sorriu-me, piscou-me, cantou-me nos olhos meus tal-e-qual-assim-mesmo-assim:


Càntic del sol, 1975
.Joan Miró.



enquanto embalo os meus sonhos ao som de uns sons num tom assertivo e acertado em múltiplos gestos compassados e tímbricos:

adormeço e sonho. e quão bom é sonhar. sem ter um-qualquer-e-indefinido sentimento de culpa. desculpem-me...

(uma maravilhi.inha. de música, para mim, e que muitos vão odiar, mas eu gosto... gostos... porque gostos e desgostos não se discutem, nem me causam pesadelos, os vossos, claro... só os meus gostos e os meus desgostos me pertubam o meu rico soninho)

Gilbert Becaud
- Et maintenant (antes ??) ______ L' orange (depois !!) :P
ontem, saí.
hoje,saiu ela . fechou a porta. ou fecharam-lhe a porta.ou foi coagida a sair e fechar a porta.
há uns diazitos atrás, disseram-me. disse-me. gente meio-doida-e-tal: "a lara é uma antecipação". ri-me como uma laranja. "ah ah ah". afinal...


3 hipóteses, nada palusíveis que terão levado a exm.ª senhora ministra:

a) saída, por solidariedade...

b) porque quis oferecer-me a sua saída, como uma prendinha, um gesto bonito da sua parte: "compreendo-te e estou contigo miúda". o que só prova, que afinal a Sua Ex.ª até era inteligente. muito sincera e efectivamente foi sempre, e desde sempre simpática para comigo. eu é que não queria nada com ela e muito-muito-muuuuuito menos com ele.

c) de facto, há quem adore imitar-me, de facto. e efectivamente. é um facto. é um fado. também.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

não quero espumante. exijo champagne.

Hoje, excepcionalmente hoje, estou-me a borrifar para os factores endémicos que concorrem para a ameaça de uma crise económica espanhola, e nas tintas para a efectiva recessão americana, repito: que se lixe... ... que se lixe, hoje, estou-me a borrifar para a eventual ressurgência de um bicho-papão chamado crash de w.s. de 29... que se lixe...a felicidade que em mim hoje fervilha, e que já galgou as escadas do rés-do-chão do contentamento, tornou-me imune para esse tipo de merdices que nem quero imaginar. hoje, não. não hoje. posso vir a constipar-me com os espirros destas crise, sim, amanhã ou além... mas não hoje, hoje não! hoje tenho anti-corpos para dar e vender.... hoje sinto-me absoluta e perfeitamente laranja e vitaminada. feliz. é a cor da minha felicidade. digo-o de boca cheia. e sem quaisquer complexos de culpa - eu até separo o lixo, de vez em quando até dou esmolinhas e bolachinhas do LIDL para o banco alimentar e tudo!...

[ será que aqueles dias em que me sinto cinzenta, acinzentada, sejam o castigo divino por não ter dado, e me ter recusado, e continuar a recusar, categoricamente, a dar um/ 1 cêntimozinho, que seja, para a Cáritas, será...? se for, azar... detesto a Cáritas... prefiro a crise à Cáritas, prefiro o meu aparvalhanço à Cáritas. Estima pessoal vs odiozinho de estimação... Perdoem-me, mas hoje, hoje, façam caso...

.
.

...

Eu até tinha uns posts-de-pescada alinhavados, em rascunho, quase-prontos para serem dispara[ta]dos... mas fica para amanhã. hoje, não. não hoje. agora, não me apetece. amanhã, talvez. amanhã, sim. até amanhã, então.

Deixo-vos com isto:



e despeço-me (...) Fully Connected. until the(...)

assim, ou mais-ou-menos assim:

subindo, subindo, pelas escadas rolantes de um Shoppingcenter qualquer, ou por um tele-feérico qualquer com acesso directo e priveligiado, - como se um re-make do telefone vermelho se tratasse numa versão diametralmente oposta como hoje também quero, exijo, e desejo - , a um caleidoscópio de emoções qualquer, também. Mas, e volto a repetir: não, pela calçada, hoje, não. não subo, correndo, nem corro pela calçada, que sobe, sobe, a calçada - repito: hoje, não. não hoje. porque hoje bebi champagne e não, espumante. hoje, não subo a calçada, que corre, que sobe a calçada...)

só não vou assim, porque prefiro ir descalça... quero descalçar o cansaço e adormecer convosco à cabeira... à boca da noite laranja. porque hoje, gota se fez. sem o talvez.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Actos.








Esther Khan, 2000

.Arnaud Desplechin.

Passagens.






não sei o que se passa. passaste por mim. e ficaste cá dentro.



Gestos.

Momentos.



Obrigado por teres passado por mim no passeio. Espero, que um dia, voltes a passar e me toques no ombro.








De passagem.

Há dias, no Porto, foi assim:

o Portuense vs. o (verdadeiro) Portuense*


- Onde? Pra aonde?
- Correios.
- Pra aonde? Pra aonde é que quer ir?
- Correios. CTT Correios. No fundo da Rua de Cedofeita, junto ao Pingo Doce há um, não há?!
- Ao fundo da Rua de Cedofeita... não.
- Não?!
- Naaa... O caralho! Correios, o caralho! Caralho! Correios lá ao fundo?! O caralho! Ao pé do Pingo Doce? Não.

........

*1,50m, magro, cabelos brancos, cerca de 60 anos.

contado por Emanuel Caeiro



sábado, 26 de janeiro de 2008

Modéstia à parte...:




só me falta a capa... de resto, tenho tudo...


1 + 1 falta = que faz toda a diferença...



Mosdéstia à parte...:

Vanessa Paradis - Divine Idylle

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acho que o meu Johnny Deppezinho estava a pensar em mim quando compôs este álbum. Tenho pena da Vanessazita... coitadinha...
- coitadinha o tanas!!
pensando bem... pensando, mesmo muito bem...a
sortuda, é ela...,

- de facto.

Dans l'espoir docile
Deux ailes fragiles
Je te devine
Divine idylle

L'amour qui sommeille
Dans un souffle iréel
Ma folie, mon envie, ma lubie, mon idylle
Je te vole une plume
Pour écrire une rime
Au clair de la lune
Mon amie l'idylle

Mon homme idéal
Arme à l'âme fatale
Ma folie, mon envie, ma lubie, mon idylle

Divine Idylle

Sommeille le vague à l'âme
Elle a hissé la voile
J'ai le mal des chimères
Le coeur en flammes

Des étincelles
Il faut qu'elle freine
Si je ferme les yeux
Elle m'appelle
Ma folie, mon envie, ma lubie, mon idylle

Divine idylle
Mon amie l'idylle
Je rêve idylle
Divine idylle
Mon homme idéal
Mon idylle

Post it#4 ou Wish list .

- saber dizer não e já chega. -espirrar alto. bem alto. sem pôr a mão-à-frente. encher tudo e todos com perdigotos. com perdigotos meus. e ter o atrevimento de saber dizer: generosidade da minha parte, não me agradeçam, por favor... constipem-se; - saber ouvir e interiorizar as palavras dos Grandes-amigos-Grandes-amigos-XXL: "tu, põe-te a milhas", "ó mulher, o que é que ainda estás cá a fazer", "tu, desaparece", "sai daqui, vai-te embora", "isto não é para ti", "não vires de página, muda de livro", "reedifica e recupera a tua vida" (plim! merci...*); -comprar um tele-feérico; -por favor, recusem-se a entrar no Zoo, a existência dessa montra- cativeiro-de- espécies-de-animaizinhos-queridos-e-lindos-outrora-exóticos-e-estranhos, só fazia sentido no século XIX. Já estamos no século XXI, ora pensem um bocadinho... pois, já não faz sentido, pois não...?; -a minha nossa senhora de F. ouviu as minhas humildes preces. será que tenho de ir à Aula Magna a pé... ? -aproveitar xxxx; - descalçar a bota direita e despejar as pedrinhas do sapato esquerdo com as quais edificarei um dia castelo para mim; -comprar, definitivamente, uma mala de viagem maior - aproveitar os saldos; -casa, procurar casa. baratinha. ou barata. económica. mas gira. já e agora. imediatamente. não deitar fora o dossier de imobilário do expresso (acho que já foi para o lixo...)- "então, como é que é, sempre a protelar, lara! como é? " (os meus pais interrogaram-se, em uníssono, mais-ou-menos-assim, no passado dia 03 de Janeirinho) - eu acho que querem pôr-me fora de casa, com esta merdice da crise..., já nem sei...:) !!; -calendário 80x130, com letras garrafais; -comprar o casaco de fazenda na dead criminals, com xadrez escocês, mangas à 3/4 de inspiração jaqueline onassis e twiggy - fofinho, macio e quentinho como o caniche da paula, que lá por ser um rufia armado-em-gente-grande não deixa de ser engraçado e fofinho e macio e quentinho, é giro e meiguinho; -riscar o dia 14 do calendário; -highlight: dia 15 de fevereiro; -avisar pela milésima vez beija-flor; -reparar certos erros, errados, cometidos, em tempos ultra-errantes (a propósito da faixa que agora está a passar no meu senil e ultra-esclerosado windows media player: "how my heart behaves"- oh merdice...); -esquecer-me. esquecer-me de ... do... do que e de quem me lembro e não me esqueço; - lembrar-me de e de quem me esqueço e do que me esqueci: 4x1=4; 4x2=8; 4x3=12; 4x4=16; 4x... já me esqueci, e nem me quero dar ao trabalho de contar pelos dedos... abençoada hi-tec; - orquestra láudano - pesquisar, com tempo; -comprar uma almofada maior, bem maior, de penas, para amortecer a queda; - 2001, odisseia no espaço- rever; - no princípio era o verbo. era. passado; -génesis; -être naïve;-home sweet home; - comprar espelhos novos. vasculhar nos antiquários um, de estilo barroco, à D. João V, de moldura em talha dourada; -comprar um sofá vermelho-vivo, linhas minimalistas, escandinavas, de inspiração alvar aalto; -mudar de iluminação. comprar candeeiros. vintage, de preferência, ou os do tejo remy; - testar-me. será que ainda consigo fazer duas piscinas, sem respirar... ; -antoni tapiés - rever obra; -procurar na arquivo livros sobre arq. do espectáculo, e arq. ecológica; -comprar lápis de cera; - comprar perfume apple green dkny, porque entretanto o meu já se está a acabar, e o l'eau par kenzo, finitum est, ... seria um belíssimo pretexto para mudar de perfume, seria...mas não quero. lá por ser inverno, não sou obrigada a comprar perfumes doces, ou frangâncias intensas. não me impinjam o que não gosto, nem quero, nem tenciono comprar, só porque é e estamos no inverno; -esticar a corda, do alto da minha montanha. "meio" ou "quasi". qual zaratustra...; -fbal; -art. min.; -exa. ...; -ex-nuovo; -ground-zero; -génesis; -cores primárias - o básico e elementar; -b-a-ba; rousseau; arts&crafts; imaginação; imaginarium; - michel gondry; -lápis de cera; -creative review; - à andreia que se orgulha de acordar todos os dias com o rabinho viradinho para a lua: enviar um bouquet de tulipas amarelas, acompanhado de um cartão receheado de inveja e de sorrisos ainda mais amarelos do que as ditas tulipas amarelinhas que fazem acompanhar um cartão receheado de inveja e de sorrisos amarelos; -ouvir, ouvir, ouvir, e interiorizar o "que se lixe"; -comprar manual de "aprenda a comer com pauzinhos" - a pui bella prima del mondo popwork e o bob rasta bob sabem por quê... um dia destes exponho aqui, neste espaço legitima e assumidamente parvo, as minhas desgraças ainda mais "paruas" que sunt"; - curtar, bem curtinho o cabelo, de vez - ou vai, ou rapa!; -telefonar ao dr. lawrence e perguntar-lhe até quando estarei sob efeito da anestesia; -me & my cybershOt|-me... um assunto para pensar... com calma em noites hiperglicémicas; -as amoras, em quantidades industriais, não podem faltar! -esquecer palimpsestos; - um expresso what else ... suspiro... que mais poderia ser e precisar; -se o nosso alfabeto fosse figurativo como o japonês, que forma teria a palavra "pai" - esta: "?", seria uma hipótese; -"ó diabo"; -"ó jAsus"; - pensar em programar a agenda semanal em função dos sapatos, dos collants e das cateiras que me apetecem usar. determinar a minha semana em função dos caprichos fúteis - um caso a estudar...; -calme-toi Odette, calme-toi! qual caminho de swan, qual quê!! Odette Toulemonde - amo esta mulher; - pilates. resistência.constrangimento. definição. gargalhadas num sábado de manhã; - e. no porto e o taxista; -peçam a deus, por favor, que me mandem à merda na próxima segunda-feira. nunca desejei tanto que me mandassem à merda, literalmente. se gostam realmente de mim, peçam a deus que mandem à merda, por favor, é um pedido. na próxima segunda-feira digo-vos o resultado das vossas orações, peditórios, figas ou rezas....
-lema: "aproprio-me das formas e objectos de uso quotidiano e dou dimensão ao que é banal" Joana Vasconcelos - sim, é essa... a menina muitA gira do lustre feito de tampões...;

Amazing Grace & Coca-Cola.



Já que o Natal é todos os dias, o Ano Novo pode ser quando eu quiser e sempre que eu desejar. Assim-como-assim, não há nada melhor para encetar o primeiro capítulo do novo livro da minha vida, - que agora se quer, se exige, que seja sem a sabedoria das estorietas exigidas por um deus austero e muito cruel de um antigo testamento - , do que umas escapadinhas até ao Paraíso, fonte de inspiração e de alento. Mas que chatice... agora tenho que pedir ao David Fonseca a permissão para entrar. Que chatice. Tenho que lhe pedir para ser um pouco menos egoísta e não querer o Paraíso só para ele. assim. Eu já me queixei a S. Pedro, que até há bem pouco tempo julgava ser um tipo porreiro por me confiar sempre as suas chaves, com direito de exclusividade durante três dias e um lugar vip reservado junto do farol. Era tão bom. Era tão bom ser só para mim, e para os meus amigos. Mas o sacaninha de barbas brancas tramou-me bem tramadinha. Desta vez estava lá o David, com o velho, na maior , no Paraíso. e não é que me barraram à entrada. Fiquei a assistir, de braços cruzados, ao lindo espectáculo. Que gaita. Sorte , a dele. Foi-se inspirar, e o resultado está à vista, enfim. Azar, o meu, ainda sem resultado à vista. Porque o Paraíso começa a ficar superlotado, vou-me contentando com a Coca-Cola. Parece-me que as bolhinhas começam a surtir efeito, e começo já a reanimar-me. Já sinto as picadinhas no nariz. O meu egoísmo começa sempre pelo nariz e termina sempre no umbigo. Veremos.

(Ora digam lá se não tenho razão quando digo que S. Pedro é um dos lugares mais bonitos e inspiradores à face da terra. - À face da terra? Então não é o Paraíso? Já foi. Terça-feira digo-vos onde fica o meu paraíso e qual o trajecto e o ponto de destino escolhido pelas bolhinhas da Coca-Cola. Terça-feira digo-vos.)


Assim-como-assim, e enquanto espero pelo regresso do meu Janeiro, que virá na próxima terça-feira, vou bebendo a Coca-Cola que o Pai-Natal me ofereceu. Entretanto, entre um gole e outro, começo já a cantar, a dançar... enquanto espero então a sensação de viver plenamente o meu novo ano que o meu Ano Novo prometera oferecer-me.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Amanhã. com um novo sopro de vida. restituído. Regresso. porque sou incoerente. Agora estou bem e sinto-me 'anima'dita. Quero agarrar o momento.

brindemos com Coca-Cola*:

"...cantar, dançar... sentir a emoção de uma
Coca-Cola. Sensação de viver!".


* das puras e genuínas. as da latinha vermelha. para preto e cinzento, sem adição de açúcar e 0% de corantes...
já basta a vida...

brindemos.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Sem 'animus'.

“VLADIMIR – [...] O que é que nós estamos aqui a fazer, eis a questão. E felizmente temos o privilégio de, por acaso, saber a resposta. É verdade, no meio desta imensa confusão apenas uma coisa é clara. Estamos à espera que o Godot venha [...].
Não podemos fazer nada.

impressõesimpessoais

.O azul do céu a G.B., 2000.
Jorge Molder

Folha de cálculo branca. e. em branco.

Preguiça:








imagens sem movimento.

«movimento: s. m., acto de mover ou de se mover; estado em que um corpo muda de lugar ou posição em relação a outro;mudança de posição no espaço físico em determinado espaço de tempo;deslocação;evolução;actividade;
determinado modo de mover-se;impulso;estímulo;alteração;circulação de veículos ou afluência de gente que circula num determinado local;compras e vendas de uma casa comercial;
agitação;andamento musical;marcha de tropas;marcha real ou aparente dos astros;sedição;revolta.»

«Reminiscent of motion photography as initially developped by Eadward Muybridge, the single phases of a movement—a person walking along the intelligent surface—the single phases of the movement are captured and displayed by aperture
Frédéric Eyl and Gunnar Green, 2004-05
« Just like in film, the single apertures in the grid react directly to varying intensities of incoming light by altering their diameters correspondingly. The apertures open and close, imitating the movement of a gesticulating person standing in front of them.»
Figure Hopping/ series,1887
.Eadweard Muybridge.

Frédéric Eyl and Gunnar Green, 2004-05

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Inveja:




fotografias da gotinha-azul

da vossa "hora de almoço"...

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... da vossa "pós-hora-de-almoço..."

grrrrrrr (rói-se a linguaruda... de inveja...)

Afterimage

Disparou. Tocou. de raspão. quem. Alguém. «foi*».

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